terça-feira, 10 de outubro de 2006

letting go.

Hoje impera o silêncio.
Caminho face a um destino cujo mapa desconheço. Persigo o som, essa estranha e quase insana melodia que parece gritar-me nas entranhas. Já não estás para aparar-me quando cair e magoar os joelhos da alma. Por isso te guardo...
Guardo-te no meu baú de recordações, em que as memórias são como fotografias tridimensionais cheias de cor e movimento. Nele não há distância ou tempo, apenas reflexos, resquícios do outrora onde te tornas a ausência presente.
Entre um sorriso disfarçado e a lágrima que teima em cair, cristalizam-se em mim um turbilhão de emoções que parecem não querer abandonar-me, nem no momento em que o meu corpo descansa num sono profundo. E sonho.
Sonho que não te deixei partir, ouço o teu sorriso e olho os teus olhos. Esses olhos que um dia tranquilamente tocaram os meus. Estás tão perto que consigo sentir-te bem aconchegado a mim no sofá azul. A tua mão acaricia-me o cabelo num gesto simples e perfeito e sorrio de forma inigualável. Tornaste-te a paz brilhante.
Acordo. Tudo não passou de uma doce reminiscência da tua essência, a saudade incontrolável que não se despede e perdura.
‘Amar-te’ foi libertar-te de mim. Deixar-te voar esplendoroso rumo a um caminho que só tu conheces, junto daqueles que escolheste amar.
‘Amar-te’ foi dar-te ao mundo sem resignação, desejar-te feliz... e partir para nunca mais voltar.
'Amar-te é'...

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