terça-feira, 24 de abril de 2007
terça-feira, 17 de abril de 2007
lhasa de sela
(Lhasa de Sela, De Cara a la Pared)
Llorando
de cara a la pared
se apaga la ciudad
Llorando
Y no hay màs
muero quizas
Adonde estàs?
Soñando
de cara a la pared
se quema la ciudad
Soñando
sin respirar
te quiero amar
te quiero amar
Rezando
de cara a la pared
se hunde la ciudad
Rezando
Santa Maria
Santa Maria
Santa Maria
segunda-feira, 16 de abril de 2007
fuck you
Archive
"Fuck You"
There's a look on your face I would like to knock out
See the sin in your grin and the shape of your mouth
All I want is to see you in terrible pain
Though we won’t ever meet I remember your name
Can't believe you were once just like anyone else
then you grew and became like the devil himself
Pray to God I think of a nice thing to say
But I don't think I can so fuck you anyway
You`re a scum, you`re a scum and I hope that you know
That the cracks in your smile are beginning to show
Now the world needs to see that it's time you should go
There's no light in your eyes and your brain is too slow
Can't believe you were once just like anyone else
then you grew and became like the devil himself
Pray to God I can think of a nice thing to say
But I don't think I can so fuck you anyway
Bet you sleep like a child with your thumb in your mouth
I could creep up beside put a gun in your mouth
makes me sick when I hear all the shit that you say
so much crap coming out it must take you all day
There's a space kept in hell with your name on the seat
With a spike in the chair just to make it complete
When you look at yourself do you see what I see
If you do why the fuck are you looking at me
There’s a time for us all and I think yours has been
Can you please hurry up cos I find you obscene
We can’t wait for the day that you’re never around
When that face isn’t here and you rot underground
Can’t believe you were once just like anyone else
Then you grew and became like the devil himself
Pray to god I can think of a nice thing to say
But I don’t think I can so fuck you anyway
So fuck you anyway
quinta-feira, 12 de abril de 2007
se o amor for outra coisa
Digo-te isto tudo porque sei que não podes ouvir-me. Minto-te porque não sei encontrar a verdade. Sofro sem de mim ter piedade. Eu mereço aquilo que te faço, engano-me com o amor, sem desculpa. Sei que fui eu a chamar-te. Estava aflita. Lembrei-me de ti e disse-me: vais ser tu a livrar-me desta aflição. Não sei porquê. Talvez porque já tivesse tomado outras medidas, feito outros esforços sem qualquer resultado. Talvez porque soubesse que tinhas de ser tu por assim o ter decidido. És tu, vais ser tu, tens de ser tu. E no princípio pareceu dar resultado. Telefonei-te para dizer que precisava de estar contigo e tu vieste a correr, como um menino. Não devias, mostraste-me outra vez esse estranho poder, o desejo. Não esperei que fosses bonito mas a tua voz por detrás de ti encantava-me. O teu sorriso lembrava por vezes a serenidade de um Buda. E por mais que dissesses a tua dor eu não acreditava, eu só sentia a minha a desfazer-me. Servi-me de ti como quem bebe um xarope, pela garrafa, desculpa-me se assim to digo. Ao meu colo tu eras um menino a choramingar por ter partido um brinquedo. Essa mulher por quem sofrias nunca existiu senão como personagem de livro. É assim que o sinto. É assim que mo fizeste sentir e é só isso que importa, é disso que se trata. Aliás, era difícil distinguir em ti o que fazia parte deste mundo, do outro onde te protegias, te escondias, te fazias passar por quem não eras. Falo-te com raiva porque já não me serves de remédio e tenho de encontrar outro mais forte e não é fácil. Sou facilmente magoada. Sou facilmente usada. Deixo-me usar. Contigo ainda foi pior. Porque tudo parecia ser como não era. Para ti eu era material de literatura. Até podia parecer que estávamos bem um para o outro. O teu analista dizia-te que só me podias ajudar, fazer-me bem. O que saberia de mim o teu analista senão o que lhe dizias e desejavas ouvir. Sim, arranjaste todas as desculpas para me teres e para me deixares. Para te entreteres, para recomeçares a escrever, para teres a ilusão de que fazias alguma coisa dos teus dias. Para saíres da cama e assobiares. Eu servi-te de tudo. Mas sobretudo de desculpa para continuares quando não encontravas vontade ou razão ou motivo que fosse para continuares. Fui a tua desculpa.
Foi então que encontrei aquele pó branco que alivia. Não te culpo disso. Se não fosses tu, seria outro. Sou eu que me faço mal a mim própria e não consigo sair disto. É uma dor muito antiga que volta sempre. É uma dor que só pode ser expulsa por outra maior. Aquele pó branco anestesia. Sei que não tenho perdão. Nem o procuro. Sou responsável por tudo o que me faço. Isto já começou há muito tempo e não parece ter fim e o pó branco ajuda. O pó branco é uma coisa com quem não precisas de falar, que não tens de acariciar, que nada te exige em troca de prazer. É uma coisa que te não pode mentir, porque é uma coisa inerte, fria, morta. É a única coisa que te pode aliviar. Desculpa-me dizer-to. Tu não tens culpa. Foste só um a passar. Doeu como dói sempre. Nada assim de tão particular. És um menino no meu colo que se cansou e adormeceu. Gosto de pensar assim em ti. Dorme agora. »
Pedro Paixão, Amor Portátil
tão longo adeus para breve vida
domingo, 8 de abril de 2007
coração na boca
Não te encontrei por acaso. Foi mesmo preciso, uma necessidade da vida, do mundo, não minha. E agora dói tanto continuar a rever-te. Repito para dentro de mim que o passado não existe. Uma fraca estratégia para enganar o futuro.
Quando entraste pela primeira vez no carro já tudo estava decidido. Que não íamos a nenhum lado. Sequer fazer amor. Lembro tão bem as noites em que te pedia morfina, para adiantar o tempo, para atrasar o mundo.
Desfiz-me tanto nas tuas mãos que acabei em páginas de livro.»
sábado, 7 de abril de 2007
outrora... hoje...
terça-feira, 3 de abril de 2007
...
«Já nada serve tentares enganar-te a ti próprio, jogares para a frente o destino. Acordas numa manhã igual a todas as outras com a certeza que o amor não se repete. Que persistes na vida como uma espécie tolerada que insiste em continuar por aí, alguma coisa que ainda dá sinais de vida e já vai morto, erva arrancada ao caminho, que para algumas coisas ainda serve. Percebes, deitado de costas, com uma irrecusável nitidez que quem amas se quer ver livre de ti para sempre e só ainda tem a piedade ou a pena de não te dizer pelas palavras mais simples. Quer que o descubras por ti e partas por tua livre vontade. Como se tivesses lugar para onde ir. Não ousas tocar-lhe, não ousas dizer uma palavra sequer, choras baixinho para que não acorde. Já não te consegues esconder, tapar com um muro ou um écran de fantasia. Deixou de te amar, uma coisa simples que pode sempre acontecer a quem quer que seja, está sempre a acontecer por todo o lado. Uma coisa irreversível e irreparável e estúpida como um desastre inesperado. Não ousas mexer-te, com receio de ouvires as palavras temíveis. Gostavas que tudo fosse um sonho, um pesadelo, mas sabes bem que não. Sentes tanto medo que continuas imóvel. Não sabes para onde fugir, onde te esconderes. Quem se encontra deitado ao teu lado é o teu perigo, e não tens qualquer esperança, nem vontade, de lhe sobreviver. Sentes só uma dor aguda no peito que vai e volta para se fazer melhor sentir, uma faca que te espetam devagar e com maldade. Quem te amou e deixou de te amar, que se enganou, uma coisa tão simples como isso, tão vulgar como esta, só que és tu que estás ali parado e ferido sem te poderes levantar, sem poderes acabar o que quer que seja ou recomeçar o que quer que seja, nesta manhã igual a todas as outras em que descobres o que já sabias e maldizes a vida que por instantes vos uniu e vos separou.»
Pedro Paixão, Amor Portátil