segunda-feira, 29 de maio de 2006

angústia

Hoje, mais uma vez: "- não precisamos de momento de ninguém... mas deixe o seu contacto." Esboço um sorriso, deixo a cópia de um Curriculum Vitae e parto...


Uns conhecem melhor esta premissa e gesto que outros... especialmente quem se licencia em Ciências Sociais e Humanas...
Acordar de manhã para 'o nada' é já demasiado penoso e angustiante, a coragem e esperança vão diminuindo gradualmente...
Penso, algumas vezes, que deveria ter-me licenciado num ramo de engenharia... mas o que amo são as pessoas, sem elas nada funcionaria... nada existiria... é possivel algum choque tecnológico sem seres humanos?! - pergunto-me de seguida, numa quase vã tentativa de me animar.

Hoje, sinto-me só e desamparada... talvez amanhã,... a esperança retorne e continue a sonhar...
beijo.

em escuta:

(...)
I need to sleep
It’s been a whole week

Cos tears keep falling into my pool
Bright lights driving right into me cold
(...)

(just click the link & you'll find out)
[para os mais distraídos: archive, "sleep"]

domingo, 28 de maio de 2006

parafraseando...

"Sem ilusões, vivemos apenas do sonho, que é a ilusão de quem não pode ter ilusões. Vivendo de nós próprios, diminuímo-nos, porque o homem completo é o homem que se ignora. Sem fé não temos esperança, e sem esperança não temos propriamente vida. Não tendo uma ideia do futuro, também não temos uma ideia de hoje, porque o hoje, para o homem de acção, não é senão um prólogo do futuro. A energia para lutar nasceu morta connosco, porque nós nascemos sem o entusiasmo da luta."
(Bernardo Soares, in Livro do Desassossego)

quinta-feira, 25 de maio de 2006

reencontros

vale furado, maio de 2006

Tudo se me evapora, é certo... e fugi!
Escapei-me do mundo e das gentes e, num tempo e espaço só meus, convidei-me à reflexão fugaz. Não precisei de um motivo... somente o desejo de me reencontrar serena.
Na minha mala levei apenas o essencial e a minha máquina fotográfica.
Desci à praia. E numa espécie de arte contemplativa saboreei o prazer da solidão e anonimato oferecidos pela desertificação local.
Fechei os olhos e deixei-me voar no infinito. O som do mar ecoava quase sombrio à medida que o vento quente me acariciava a pele... senti-me bem, feliz e liberta... redescobri novamente o prazer extraordinário e inexplicável da simplicidade. Esse mesmo prazer que nos faz sorrir sem causa, talvez porque a causa reside no sorriso em si mesmo.
Nesse momento, não sei muito bem a razão, mas dei por mim a sussurrar a letra de "nico" de marlango...

"my mind wonders with no map
I have no route, no point, I daydream
my mind wonders with no map
and real life colours seem washed out
my eyes see things of a secret nature
I resist from trying to understand
I tear de pages of my past"
(...)

Perfeito! Poderá algo ser mais belo do que saborear o momento, o presente... Creio que não! Acredito que o que nos torna derradeiramente felizes e ou infelizes é o modo como os nossos olhos reflectem o passado e planificam o futuro... e que espelhos escolhemos trazer connosco durante o caminho que percorremos...
Que assim o seja... quanto a mim?... fui muito feliz!!
beijo.

em escuta:

(...)
and you will never be the same,
you will also be insane
(...)



(just click the link & you'll find out)
[para os mais distraídos: marlango, "madness"]

quarta-feira, 24 de maio de 2006

eis-me aqui...

Voltei, após alguns meses de ausência.
Encerrei definitivamente o "nucibusrelictis", o meu blog anterior... e com ele uma página do meu passado...
O tempo é curioso e inexorável! Já não sou quem era, os meus sonhos e motivações também se alteraram. Nada é eterno e estamos em permanente mudança. aliás começo a gostar particularmente dessa palavra - «mudança». Talvez porque já não a temo... Talvez porque necessite tanto dela como um músico do seu instrumento...
Começo a descobrir em mim novos anseios, "coisas" de que gosto, quero e vou fazer... porque "voar mais alto" é necessário para construção de nós mesmos enquanto sujeitos activos no mundo. Penso que o mais dificil foi perceber com clareza o que realmente me motivava e ainda, porque pretendia o que pretendo...
Chegou a altura de seguir o meu caminho e de o construir sozinha... porque voltei a sonhar, não mais o sonho acordado, mas sim o sonho de quem quer soltar-se das amarras da habituação e reconstruir-se.
Espero que partilhem comigo esse desejo...
beijo.