quinta-feira, 25 de maio de 2006

reencontros

vale furado, maio de 2006

Tudo se me evapora, é certo... e fugi!
Escapei-me do mundo e das gentes e, num tempo e espaço só meus, convidei-me à reflexão fugaz. Não precisei de um motivo... somente o desejo de me reencontrar serena.
Na minha mala levei apenas o essencial e a minha máquina fotográfica.
Desci à praia. E numa espécie de arte contemplativa saboreei o prazer da solidão e anonimato oferecidos pela desertificação local.
Fechei os olhos e deixei-me voar no infinito. O som do mar ecoava quase sombrio à medida que o vento quente me acariciava a pele... senti-me bem, feliz e liberta... redescobri novamente o prazer extraordinário e inexplicável da simplicidade. Esse mesmo prazer que nos faz sorrir sem causa, talvez porque a causa reside no sorriso em si mesmo.
Nesse momento, não sei muito bem a razão, mas dei por mim a sussurrar a letra de "nico" de marlango...

"my mind wonders with no map
I have no route, no point, I daydream
my mind wonders with no map
and real life colours seem washed out
my eyes see things of a secret nature
I resist from trying to understand
I tear de pages of my past"
(...)

Perfeito! Poderá algo ser mais belo do que saborear o momento, o presente... Creio que não! Acredito que o que nos torna derradeiramente felizes e ou infelizes é o modo como os nossos olhos reflectem o passado e planificam o futuro... e que espelhos escolhemos trazer connosco durante o caminho que percorremos...
Que assim o seja... quanto a mim?... fui muito feliz!!
beijo.

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